Análise Playstation PS VR2
Caixa Playstation VR2
“uma geral…”
A Sony volta à carga com um novo headset de realidade virtual, o PS VR2 e vai transportar-nos para uma nova dimensão de jogos graças ao poder da PlayStation 5. É já no dia 22 de fevereiro que os jogadores vão poder comprar os óculos e mergulhar nas dezenas de jogos prometidos para os próximos meses: Horizon: Call of the Mountain e Gran Turismo 7 são apenas alguns dos nomes mais sonantes e que vão tirar partido deste sistema.
A primeira coisa que vais notar quando abres a caixa é que os cabos desapareceram. Ou pelo menos quase todos, o headset apenas precisa de um cabo USB-C ligado à PS5 para funcionar, tanto para transferir os dados, como de alimentação. Ainda não é um Meta Quest 2, completamente independente, mas se o compararmos ao primeiro PS VR, este tinha uma câmara, uma caixa externa de processamento e muitos cabos pelo meio, incluindo um HDMI.
O PS VR2 vem com ecrãs OLED com uma resolução 2000 x 2040 por cada olho, com um refresh rate de 90 e 120 Hz, o que significa um salto gigante em comparação com o primeiro sistema. Tem um campo de visão (Field of View) de aproximadamente 110º, um dos mais elevados neste tipo de hardware.
O sistema tem câmaras interiores de infravermelhos para detecção dos olhos (Eye tracking), significando que só com o olhar vais poder selecionar opções nos menus rapidamente. Além disso, esta tecnologia mantém o hardware de processamento informado sobre a direção que os jogadores estão a olhar, mantendo o processamento apenas daquilo que aparece à sua frente. Dessa forma poupam-se mais recursos, os jogos ficam mais rápidos e fluidos e a sensação de motion sickness é diminuída.
Headset Playstation VR2
O headset tem tanta tecnologia nova, em relação ao primeiro, que os jogos originais da PlayStation 4 não são compatíveis. Mas não te preocupes, porque a Sony já alertou os jogadores que alguns deles têm uma atualização gratuita para quem os tem na biblioteca. E olha que a lista ainda é grande.
O que não faltam ao headset são sensores, por isso é que os cabos e “acessórios” para o colocar a funcionar foram dispensados. Tem um sensor de infravermelhos de proximidade, um de movimentos com um sistema de motor de seis eixos (três para giroscópio e três para acelerômetro). Toda a experiência é mais imersiva, sem latência quando giramos a cabeça para olhar em redor.
Câmaras do headset Playstation VR2
Os quatro olhos do headset veem tudo
Na parte frontal do headset estão quatro câmaras embutidas que fazem toda a “magia” do sistema e do tracking dos comandos. Acabou aquela experiência às cegas quando se metia o primeiro headset na cabeça e que sempre que era preciso ajustar a posição ou procurar o comando em cima da mesa era necessário puxar o “capacete” para cima. E quando se voltava a meter nos olhos, o provável era a imagem ficar desfocada e ser necessário calibrar.
As quatro câmaras não servem apenas para ajudar a centralizar-nos na ação, mas também para possibilitar ver o que se está a passar na área de jogo. Há um botão na parte de baixo do headset que comuta entre o interior, totalmente isolado para imersão total, e o exterior. Parece uma câmara de visão noturna, com um granulado, mas que permite ver onde estão as coisas em cima da mesa ou simplesmente endireitar o posicionamento. Ainda assim, não importa se estão de frente ou de costas para a consola, porque o headset precisa de câmara externa ou barras para captar os movimentos.
Para o sistema de áudio a Sony optou pelos mesmos auriculares fornecidos no primeiro headset. São auriculares de enfiar no ouvido, fornecidos com borrachinhas para corrigir o tamanho da cavidade auditiva. a forma como este se fixa no headset é semelhante, pendurando de cada lado os auriculares. No caso de quereres outra solução de áudio não tem problema, basta ligares ao mesmo jack 3,5 mm um headset de bandolete, desde que permita encaixar por cima do headset. Se tiveres os headphones oficiais da PS5 ou outro compatível, vais poder desfrutar do som espacial oferecido pela tecnologia Tempest.
Espaço grande ou pequeno, não importa, vai funcionar
Quando ligas o headset pela primeira vez, a consola vai pedir para fazeres alguns passos de configuração bastante simples e ao mesmo tempo um tutorial de como colocar e o fixar na cabeça. É muito simples de configurar e está melhor preparado para jogar sentado ou em pé. Os próprios jogos perguntam se preferes jogar na posição que preferes e adaptam-se.
O que mais gostei foi a configuração do espaço. É sempre aconselhável que se tenha dois metros quadrados no mínimo para jogar, evitando bater com os braços nos objetos ou obstáculos que tenhas no espaço. Mas o headset pede para fazeres um scan ao espaço em 360º, pedindo que olhes em redor e para o teto e chão, enquanto mapeia o espaço com linhas virtuais. Vai ainda pedir que ajustes a altura do chão, para os jogos terem isso em conta, bastando desceres fisicamente o comando até ao chão.
No final, o sistema cria uma área circular à tua volta, que representa a zona onde podes fazer os movimentos sem perigo. E se não tiveres satisfeito, podes moldar a área manualmente, apontando o comando, empurrando ou puxando as “barreiras” virtuais do espaço.
Na prática, sempre que pisas o risco da área, recebemos uma notificação visual a vermelho no headset, evitando murros ou toques desnecessários na mobília da sala. Os sensores são os anjos da guarda dos jogadores, mantendo o alerta sempre que saem (e acredita que vais sair muitas vezes) da área de jogo.
Design limpo e em sintonia com a PS5
Ao colocar os dois headsets PS VR lado a lado, vais notar que o tamanho é muito semelhante. E até o design geral não é assim muito diferente, o que prova que a Sony quase acertou na primeira versão. Mas existem melhorias que precisam ser salientadas. A primeira é que existem três pontos de ajuste e fixadores. O primeiro é o fixador principal na cabeça, através de um botão traseiro que roda para apertar ou desapertar clicando no seu botão interior. E quando está apertado e tiras na cabeça, os seus “músculos” esticam-se de forma automática para libertar.
O segundo botão de ajuste está colocado na frente do headset e este permite manualmente afastar ou aproximar os ecrãs dos olhos e dessa forma encontrar o ponto ideal de nitidez. Por fim tens acesso a um botão que só deves mexer uma vez, no processo de calibração, que é o afastamento dos olhos. Cada jogador tem dimensões e formas do rosto diferentes e este regulador afasta lateralmente a distância dos olhos. O objetivo é que o sistema de eye tracking funcione a 100%.
Quando colocas o headset na cabeça vais notar que este é bastante leve, não muito diferente do primeiro, mas nota-se que o cabo (com 4,5 metros) não afeta a experiência. Pode não ser wireless, mas o tamanho do cabo permite uma grande liberdade pelo espaço de jogo. A forma como encaixa na cara, com as borrachas de isolamento construídas com materiais suaves, torna a sua utilização confortável.
O headset mantém o padrão de tons brancos semelhante aos restantes acessórios e consola. No interior, as borrachas que fixam na cara garantem que não entra luz, oferecendo uma maior imersão sem interrupções ou interferências.
A Sony teve uma grande preocupação em oferecer um equipamento que pode ser utilizado mesmo fora da realidade virtual. Podes navegar pela dashboard da consola no modo “cinemático”, projetando um ecrã virtual de 1080p de grandes dimensões. E dessa forma podes jogar qualquer jogo da PS5, mesmo sem serem em realidade virtual. E claro, podes ver filmes ou séries de televisão com grande qualidade de imagem, da Netflix ou Apple TV (este podes ativar seis meses gratuitos na tua conta e assistires ao For All Mankind, Ted Lasso e Severance que são fantásticos). Ah, e sabias que depois da configuração inicial não precisas mais de ter uma TV ou um monitor para jogar na PS5? Podes ligar a consola e o headset, e colocá-lo diretamente sem acender a TV.
E se usas óculos não te preocupes, porque o interior tem espaço suficiente para usarmos o equipamento sem a necessidade de os retirar.
Podes deitar os “Move” para o lixo. Os novos comandos são fantásticos
Se és fã dos comandos DualSense da PS5, os novos comandos “roubam” a sua tecnologia. O primeiro headset recauchutou os comandos de sensores de movimento Move, tecnologia da PS3, para poderem jogar os jogos de realidade virtual. Os novos comandos VR2 Sense têm um design fantástico, como se colocássemos as mãos em esferas brancas para interagir com os mundos dos jogos.
Estes comunicam os referidos sensores de movimento, utilizando os giroscópios e acelerômetros e utilizam infravermelhos para tracking posicional. Comunicam com o headset e consola através de Bluetooth 5.1, sendo alimentados e carregados através de um cabo USB-C. (A Sony também vende uma dockstation para carregador os dois comandos em simultâneo).
Ambos têm um botão com o símbolo PlayStation para aceder ao sistema, dividindo os analógicos, botões R/L e os famosos símbolos triângulo, quadrado, cruz e círculo.
Mas o que tornam os comandos espetaculares é o feedback háptico, como o DualSense, utilizando um atuador em cada lado. Os respectivos gatilhos também têm feedback e força adaptativa, fazendo com que alguns ações estes fiquem mais “rijos” ou moles em sintonia com os jogos. Além disso, ganha-se a detecção do toque dos dedos, o que permite interações com os dedos, mesmo sem premir os gatilhos. Na prática, podes carregar em botões ou puxar alavancas através de gestos naturais e intuitivos.
Além das mãos tremerem, também o próprio headset tem feedback háptico. Por exemplo, quando um dinossauro do Jurassic Park se aproxima, vais sentir os seus gigantescos passos a caminhar, fazendo todo o cenário vibrar, incluindo a tua cabeça. É mais um passo na imersão.
Resumo técnico:
Tipo de ecrã e resolução: OLED com 2000 X 2040 por cada olho
Taxa de refrescamento: taxa dinâmica entre 90 Hz a 120 Hz
Campo de visão: 110 graus
Sensores: Sensores de movimento com seis eixos (três eixos de giroscópio e três eixos de acelerómetro); sensor de proximidade de infravermelhos
Comunicação: USB-C e Bluetooth 5.1
Os jogos que vais poder jogar
A lista de jogos lançados com o headset é vasta. Há muito jogo indie, adaptações diretas do primeiro PS VR e também do Meta Quest. Já sabes, a maioria dos jogos da PS VR têm atualizações gratuitas para a nova versão, caso os tenhas na tua biblioteca. O Gran Turismo 7 também tem atualização gratuita, o que garante uma sensação de velocidade e grandes cenários imersivos à volta do carro. Mas vê por ti a lista completa do lançamento (e semanas seguintes). A Sony diz que tem mais de 100 jogos a chegar ao PS VR2 nos próximos meses.
De destacar o Horizon: Call of the mountain como o jogo principal do catálogo, criado especialmente para demonstrar o potencial desta nova geração de realidade virtual na PS5. O jogo permite trepar pela montanha, resolver puzzles, mas essencialmente combater contra os monstros mecânicos a disparar o arco na primeira pessoa. Também vais poder jogar Gran Turismo 7 em grande detalhe, em cockpits ao pormenor como se estivesses dentro dos grandes automóveis na estrada.
Lista de jogos de lançamento
Horizon: Call of the Mountain (lançamento)
Cave Digger 2: Dig Harder (lançamento)
Zombieland VR: Headshot Fever (lançamento)
Afterlife VR
Madison VR
VR Skater (verão 2023)
The Last Clockwinder (lançamento)
Townsmen VR (lançamento)
Before Your Eyes (10 março 2023).
Creed: Rise to Glory - Championship Ed. ( 22 março2023)
Job Simulator (lançamento)
Low-Fi
Mixture
NFL Pro Era (22 março 2023)
Puzzling Places (lançamento)
Rez Infinite (lançamento)
Runner
Synth Riders: Remastered Edition (fevereiro 2023)
Tetris Effect: Connected (lançamento)
Thumper
Vacation Simulator (lançamento)
What The Bat? ( 22 março2023)
Windlands 2
After The Fall (lançamento)
Cities VR – Enhanced Edition (lançamento)
Cosmonious High (lançamento)
Demeo (lançamento)
Gran Turismo 7 (lançamento)
Hello Neighbor: Search and Rescue (lançamento)
Moss 1 & 2 (lançamento)
No Man’s Sky (lançamento)
Pistol Whip (lançamento)
Resident Evil Village (lançamento)
Song in the Smoke (lançamento)
Star Wars: Tales from the Galaxy’s Edge (lançamento)
Tentacular (lançamento)
The Dark Pictures: Switchback (Março 2023)
The Light Brigade (lançamento)
The Walking Dead: Saints & Sinners – Chapter 2: Retribution (lançamento)
Zenith: The Last City (lançamento)
Zombieland VR: Headshot Fever (lançamento)
Preço do PS VR 2
O headset PS VR 2 custa 599,99 euros se optares pela versão simples do equipamento, com os auriculares e os comandos PS VR2 Sense. Óbvio que tens obrigatoriamente de ter uma PS5, por isso, caso ainda não tenhas, junta mais 549 euros (versão de disco) ou 449 euros (versão digital). Há também um bundle especial do PS VR2 que inclui o jogo Horizon Call of the Mountain (código de resgate), custando 649,99 euros. O acessório de dockstation de carregamento dos comandos custa 49,99 euros e vai estar também à venda no lançamento oficial do PS VR2.
Conteúdo da caixa dos Playstation VR2
“Pensamentos Finais…”
Se considerares que ainda não tens PS5 e queres comprar o PS VR2, o valor total é de pelo menos 950 euros. Mas tens acesso a um dos headsets mais poderosos e construídos essencialmente para o gaming. O design, as câmaras que fazem passthrow da imagem, a qualidade dos comandos com feedback háptico e claro, a lista gigante de títulos disponíveis, em diversos géneros torna este headset apetecível.
Mas antes de tomares a tua decisão, tenta experimentar em showrooms das grandes superfícies, porque até podes ser sensível aos movimentos e ficares mal disposto com a experiência. Isto varia para cada pessoa, embora a probabilidade seja bem menor neste sistema, pela sua elevada resolução dos OLED, a taxa de refrescamento a 120 Hz e as câmaras e sensores de movimento que nunca perdem o rastro dos jogadores. Ah, e tem Eye tracking, uma das tecnologias mais inovadoras de um headset VR. Aliás, este é o único no mercado a ter o sistema…
Esta é, sem dúvida, uma das melhores experiências de realidade virtual em videojogos.
Já sabes, vou dizer-te “FUIII”, mas não sem antes te convidar a espreitares o unboxing do PS VR2 para te mostrar com maior detalhe o PS VR2. Agora é que é… FUII!